31/10 - Milano

Se lá em Escópia o walking tour foi aquela coisa solo, privativa, só nós e a inenarrável Afrodita a cobiçar o conteúdo de nossos bolsos, aqui em Milão tudo muda de figura, com um enorme e eclético exército de turistas a seguir Marco, nosso guia, um divertido showman, mais interessado em contar as fofocas de tempos milaneses passados e presentes do que em repetir aquela ladainha histórica chata de sempre. Também provavelmente portador de um TOC moderado, passou as três horas e vinte da caminhada catando os pedacinhos de papel jogados no chão pelo qual passávamos e levando-os ao lixo. E hoje, finalmente, como uma crise de hemorróidas que tarda mas não falha, chegou a chuva. Não aquela coisa torrencial a ensopar nossas roupas e almas ou nos manter prisioneiros voluntários dentro de algum lugar com teto, mas suficiente para encher o saco, limitar a livre deambulação e tolher o direito de ir e vir, e, mais tarde, garantir que carros passando rápido pela rua aspergissem as nossas ...