01/11 - Verona


Chuva é meio que nem crise de condiloma acuminado anal: quando a gente começa a se sentir confiante e feliz para arriscar achar que não vai mais acontecer, eis que lá vem aquela coceirinha, um prenúncio, e logo em seguida, mais uma vez, você está com aquela couve-flor portentosa se aventurando para fora de seu rabo. Ontem já tinha rolado aquela chuvinha chata, me tirando a satisfação de dizer que as férias haviam sido um inferno de calor equatorial mas ao menos com o tempo firme. Hoje acordei com o mundo ruindo em dilúvio ao meu redor, e tendo que encarar uns seis belos quarteirões até a estação de trem, o que significou chegar lá com pés mais encharcados do que a vagina de uma bolsomínion ao defender o fechamento do congresso. E passar as duas horas da viagem naquela umidade desconfortável quietinho, espremido num vagão cheio de gente, especificamente uma súcia de peruas com sobrepeso, provavelmente romenas, cacarejando numa língua estranha e no mesmo volume e com a mesma elegância que nosso ex-presidente Luis Ignácio provavelmente adotava na feijuca em família de domingo, depois de tomar umas oito branquinhas.
E assim que o trem saiu da estação, a chuva até então torrencial passou, e o sol até começou a ensaiar aparecer.



Após uns 40 minutos em pé, esmurrando a campainha do "hotel" e batalhando com as conexões de wi-fi para conseguir contato pelo celular com alguém que viesse abrir a porta daquela merda de predinho deserto, fomos conhecer finalmente Verona, que me pareceu bem charmosinha, um equivalente um pouco mais esculhambado da Nuremberg da qual tanto gostei. Várias igrejas aqui e ali, como não?, mas também um monte de castelos e fortificações, provavelmente não originais mas bem cuidados, e até mesmo ruínas com bastante ruína em cima. 




À noite, novo desapontamento. Após andar, andar e andar, para chegar num cinema e fechar a  noite com chave de ouro, pelo menos no que diz respeito ao preço do ingresso, mais uma vez, como já em outra ocasião havia ocorrido, a tia informa que todos os filmes eram "em italiano", ou seja, dublados. Que isto ocorra lá no Cine Shopping Penha é comprensível, a bugrada fez escola pública, e depois foi fazer Unionze subsidiada pelo Prouni, sabe como é que é... Mas aqui na Itália? Neguinho lê Dante mais tem preguiça de ler uma legenda?
Frustrados, então, resolvemos que merecíamos voltar pro hotel de busão, a legendária linha 91, que cruza todos os cantos da cidade e é meio assim como o Alexandre Frota,  pau pra toda obra.


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