10/10 - Mülheim, Offenbach
Ah, a enganosa maravilha do mundo virtual. Como hospedagem em Frankfurt estava por preço proibitivo, mesmo se tentando reservar uns 4 meses antes, encontramos um buraco aqui na minúscula e pra todos os fins insiginificante Mülheim, que no mapa parecia enfim nem tão afastada, ao alcance de uma determinada e corajosa caminhada, o que já no caminho do trem, a escorchantes € 4,90 por cabeça pra comprar uns bilhetes que ninguém nunca verifica mesmo, mostrou-se irrealista. Então nos vemos segregados aqui no arsch de Frankfurt, mais ou menos como resolver ir visitar Campinas e se ver hospedado ali em Lajotinha do Oeste. E já que teimosia é endógena e, ao contrário do trem, gratuita, pusemos o pé na estrada, mas o máximo a que deu pra chegar depois de andar e andar e andar foi a simpática Offenbach, sei lá se alguma relação com Jacques, o compositor. Mas antecipo-me....
A internet tem também a maravilha de te fazer achar que está reservando um quarto de hotel, para depois chegar ao local e descobrir que é só o porão de um casebrinho no qual nem sequer o dono se digna a morar, mas simplesmente aparece lá, meio enojado, para deixar a chave com o incauto que pagou a diária antecipadamente, e voltar rapidamente para algum lugar muito distante. Em nosso caso, em que pesem os quartos serem bem razoavelmente aceitáveis, nem sinal de uma recepção, dono ou qualquer membro de estafe para nos orientar, apenas uma porta aberta, com uma chave do lado de dentro, e a posterior confirmação por whatsapp de que de fato era aquilo que nos cabia. Em minha primeira viagem em que os comunicadores instantâneos são coisa cotidiana e trivial, e a localização por GPS no programinha de mapas permenece acesa mesmo sem uma conexão com a internet, até não me pareceu má prática. E depois irrompeu pela porta a tia da limpeza, que devidamente não falava uma mísera palavra de inglês, mas que ainda assim aplacou a sensação de abandono.
E depois de tanto caminhar na ida, e antes de o mesmo tanto ainda precisarmos caminhar na volta, ainda há as maravilhas maravilhas mesmo: o macarrão de caixinha tem não aquela pobreza de carne ou frango, mas pato crocante gostosinho, e que tal um refrigerante sabor coca-cola com laranja ou um outro de maçã mágica?
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