17/10 - Budapest


O dia começou bem, com direito a um treco que se traduz como chimney cake, comida de rua barata, doferente e gostosinha. De resto foi, enfim, mais um dia. Com direito a mais walking tour desta vez com guia falante nativa de húngaro mesmo, subido até lá no alto do morro pra tirar uma daquelas fotos da cidade vista de cima que se parecem todas umas com as outras, vendedores mal-humorados nos stands do mercado central deles, sorvete com uma bolinha muito pequena em cima do cone.


O programa cultural de hoje foi um documentário nicaraguense a respeito da revolução sandinista numa mostra de cinema latino-americano. Coisa que eu jamais assistiria se estivesse passando na televisão em casa, e ainda daria uma cuspida no aparelho. Mas como é de graça, encontrado por acaso e na Hungria, exala um charme todo próprio. 



E então, à noite, feita a concessão de voltar de metrô à rodoviária, porque afinal o hotel era muito, muito longe, o primeiro cagacinho da viagem: dinheirinho contado no bolso, ônibus com hora certa para sair, vamos comprar os bilhetes na maquininha, e esta não devolve o troco. Coisa de um euro, mas indignação não tem preço.
Na plataforma de entrada no trem, o guardinha, muito presente, ao contrário de na Alemanhã, cabalmente não entende uma palavra do que lhe falo. Um segundo guardinha, chamado pelo primeiro, enfia o dedo no buraco da máquina, tampouco encontra as moedas inexistentes, dá de ombros e nos presenteia com um "é, está quebrada". Aponta então um número de telefone para se eu quiser reclamar. E dizer que em Munique conseguimos retirar uma camiseta de maratona comprada pela internet mas que nunca foi entregue, apenas na confiança, apresentando uma cópia do e-mail do pedido. A antipatia alemã é anal retentiva. A húngara é apenas policialesca mesmo. 


Dentro do metrô, pela primeira vez na viagem, aparece o tio para conferir os bilhetes, com cara de enfezado. Ao tentar fazer a baldeação para a  linha da rodoviária, descobrimos que esta não está funcionando, e parece que já há algum tempo. Alternativamente, há um ônibus fazendo o trajeto. Com um motorista incapaz de confirmar se de fato servia aquela parada, e sem a menor vontade de tentar fazê-lo. Mas um senhorinha, em sua simplicidade tipo assim Marisa Letícia, e o mapinha do celular salvam a noite.


No ônibus, tem burocracia pra conseguir embarcar, quando antes bastou mostrar na telinha o bilhete eletrônico. E o tio resolve cobrar um euro por mala embarcada no bagageiro. As coisas começam a ficar precárias....



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